A Guerra Guaranítica foi um confronto violento entre
índios Guaranis e soldados portugueses e espanhóis ocorrido no Sul do
Brasil em meados do século XVIII após a assinatura do Tratado de Madri (1750) onde, delimitava as fronteiras espanholas e portuguesas da America do Sul.
Os
Guaranis viviam em uma região denominada Sete Povos das Missões, também
conhecida como Missões Orientais por se localizarem a leste do rio
Uruguai, o lugar recebera esse nome em consequência da chegada dos
jesuítas e a formação de aldeamentos para a catequização dos aborígines.
Os sete povoados indígenas foram fundados pelos missionários na ultima
colonização erguida na região. Em épocas anteriores havia neste mesmo
local dezoito aldeias construídas pelos jesuítas as quais, foram
destruídas pelos bandeirantes que penetravam na região em busca de
riqueza minerais.
Somente a partir de 1687 os jesuítas puderam retornar as suas antigas
terras e nesse mesmo ano começaram a organizar as reduções: um
agrupamento de sete aldeias denominado de São Francisco de Borja, São
Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São
Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custodio. Da aldeia de São Francisco de
Borja originou-se à cidade de São Borja e ainda hoje no Rio grande do
Sul existem ruínas da aldeia de São Miguel Arcanjo.
A luta começou quando foram demarcados os limites das colônias
pertencentes à Espanha e Portugal, como a aldeia dos Sete Povos ficava
localizada bem no perímetro da fronteira, os guaranis receberam um
ultimato para abandonarem suas terras e seguirem para o outro lado do
rio Uruguai. O principal líder da guerrilha, o guarani Sepé Tiaraju
juntamente com o apoio de alguns jesuítas anunciaram a decisão de não
ceder às ordens dos invasores, usando como justificativa o direito
legitimo de serem donos da região desde os primórdios. Além do mais os
guaranis se recusavam a abdicar de suas terras localizadas no Rio Grande
do Sul, rejeitando o que o acordo especificava.
Em princípios de 1753 os índios começaram a dificultar os trabalhos
de definição da fronteira. Em resposta a coroa portuguesa envia tropas
contra os nativos e a guerra eclode no ano seguinte. Os castelhanos
vindos pela Argentina e Uruguai avançam pelo Sul e os lusitanos mandados
do Rio de Janeiro atacam pelo Rio Jacuí. Os dois exércitos se juntam na
fronteira do Uruguai iniciando a batalha. Durante dois anos travou-se
uma sangrenta luta: índios foram esquartejados, mulheres violentadas por
ambas às tropas e crianças monstruosamente assassinadas. Em maio de
1756 chega ao fim à oposição guarani, com um saldo de mais de 1.500
indígenas mortos, a ação foi travada na cidade de Caiboaté Grande onde
hoje se encontra a cidade de São Gabriel. Existe ainda nesse lugar um
monumento em tributo as vidas ceifadas na guerrilha, trata-se de uma
cruz de madeira com cinco metros de altura que fora erguida pelos padres
jesuítas logo após o massacre.
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