quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eco da Tradição - Edição de Maio

Oi Pessoal...

Está na rede o Eco da Tradição de Maio!!

Com noticias fresquinhas e uma reportagem maravilhosa nas páginas 12 e 13, pra quem vai concorrer sugiro que de uma olhadinha:

" Mulheres de sucesso: a importância do prendado na vida profissional."

Tenham uma ótima leitura!!!

Clique na Imagem para redirecionar:

http://www.youblisher.com/p/878901-Eco-da-Tradicao-Maio-2014/

19º Fecastchê

19º FECASTCHÊ       
1ª ETAPA DE CLASSIFICAÇÃO FEPART/2014       
CTG ESTANCIA COLORADA/10ª REGIÃO TRADICIONALISTA MTG-PR       
CASCAVEL 24 E 25 DE MAIO DE 2014        
                     O CTG ESTANCIA COLORADA e a ASSOCIAÇAO ATLETICA COMERCIAL, com apoio da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Prefeitura Municipal de Cascavel através da Secretaria de Cultura Municipal e Câmara de Vereadores, abre as porteiras do Parque de Exposições da EXPOVEL, para num culto à pura tradição gaúcha realizar  mais um grande evento tradicionalista.
                     O CTG Estância Colorada prepara para vocês nos dias 23, 24 e 25 de maio de 2014, o 19º FECASTCHÊ (Festival Cascavelense de Arte e Tradição Gaúcha) evento que já se tornou referência no calendário tradicionalista Paranaense.
                     A edição do 19º FECASTCHÊ assume especial relevância, na medida em que será a 1ª etapa do Circuito classificatório para o XXV FEPART, com danças tradicionais, dança de Salão, declamação, Interprete Solista, Instrumento Solo (gaitas e violão) chula. Contando, desta forma, com comissão avaliadora aprovada pelo MTG do Paraná, garantindo assim aos competidores absoluta imparcialidade na avaliação.
Sejam todos bem vindos a mais este encontro de uma autêntica festa da tradição gaúcha, oportunidade em que vamos reviver a nossa cultura enraizada na alma do gaúcho.
Estaremos recebendo a todos os Tradicionalistas e simpatizantes  de braços abertos, desejando-lhes muita alegria e uma feliz permanência entre nós.
Saudações Tradicionalistas;
A Patronagem do C.T.G. Estância Colorada
LOCAL: BR 277, KM 596 -PARQUE DE EXPOSIÇÕES CELSO GARCIA CID – EXPOVEL – CASCAVEL - PR
Portanto nosso chasque vai para todos os tradicionalistas e simpatizantes que tem admiração pelas lidas artísticas,  que gostam e cultuam nossas tradições, venham para mais este Evento, tragam o tradicionalismo na alma e levem a nossa amizade no coração.
Comissão Organizadora:
Elio Stocker – Patrão do CTG Estância Colorada – (45) 9971-6028
Osvaldo Martins – Diretor Artístico MTG/PR – (45) 9933-1285
Secretaria: José Dasenbrock - 2º Sota Capataz do MTG/PR (41)-9861-0877
Palcos:
Marilda Abrão: (45) 9938-7996 ou 3224-4999  
Marcelo  Mott  (45) 9937-5472
COMISSÃO AVALIADORA - COORDENADORES
Rodrigo Righes Sartori - Equipe Técnica do MTG-PR
Leandro Alves de Araujo (Spok) - Diretor de Danças MTG-PR
Marcelo Franco -  Diretor Artístico Adjunto e Indumentárias
Arnaldo Padilha Junior - Diretor de Coreografias
Luiz Otavio T. Freitas - Diretor de Declamação MTG-PR
Tiago Nunes - Diretor de Musica - MTG-PR
Apoio Cultural: Prefeitura Municipal de Cascavel, Secretaria da Cultura, Câmara Municipal de Cascavel, Sociedade Rural do Oeste do Paraná.
Programação Artística
Dia 24 de maio (Sábado)
09h00min  – Recepção aos CTGs.
13h30min  – Início das apresentações artísticas.
Dia 25 de maio  (Domingo)
09h00min  – Reinicio das apresentações artísticas.
19h00min – Previsto para o Encerramento.
PALCOS E APRESENTAÇÕES
Palco -  1
Galpão do CTG Estância Colorada
Dia 24 de maio (Sábado)
13h30min  –  Início das apresentações:
- Danças Tradicionais - categoria Mirim - Grupo B e A;
- Danças Tradicionais - categoria Juvenil – Grupo B e A;
- 23: 00hs Grande Fandango – Conjunto “ALMA GAÚDERIA” vaneira para o Brasil....
Dia 25 de maio - Domingo 09h00min 
- Danças Tradicionais - categoria Veterano
- Danças Tradicionais - categoria Xirú
- Danças Tradicionais - categoria Adulto – Grupo B
- Danças Tradicionais - categoria Adulto – Grupo A
19h00min – Previsão de encerramento e entrega de premiações
Palco - 2
13h30min  – (Sábado).
- Gaita Piano - Veterano e Adulto
- Gaita Ponto até 08 Baixos - Veterano e Adulto
- Gaita Ponto + de Oito Baixos - Veterano e Adulto
- Violão Solo – Mirim – Juvenil – Adulto e Veterano
- Interprete Solista Vocal - Prenda Veterana
- Interprete Solista Vocal - Peão Veterano
- Interprete Solista Vocal - Prenda Adulta
- Intérprete Solista Vocal - Peão Adulto
09h00min  – (Domingo)
- Gaita Piano - Mirim e Juvenil
- Gaita Ponto até 08 Baixos - Mirim e Juvenil
- Gaita Ponto + de Oito Baixos - Mirim e Juvenil
- Interprete Solista Vocal - Prenda Juvenil
- Interprete Solista Vocal - Peão Juvenil
- Interprete Solista Vocal - Prenda Mirim
- Interprete Solista Vocal - Peão Mirim
- Trova Mi Maior de Gavetão - Categoria Única
- Trova Martelo – Categoria Única
Palco - 3 
13h30min  - (Sábado).
- Declamação - Peão Veterano
- Declamação - Prenda Veterana
- Declamação - Prenda Adulta
- Declamação - Peão Adulto
- Causo Gauchesco de Galpão – Categoria Única
09h00min  (Domingo)
- Declamação - Prenda Mirim – Pré Mirim
- Declamação - Peão Mirim – Pré Mirim
- Declamação - Prenda Juvenil
- Declamação - Peão Juvenil
Palco - 4
09h00min  (Domingo)
Dança de Salão – Mirim – Juvenil – Adulto – Veterano e Xiru
Chula – Pré Mirim (amostra) Mirim, Juvenil, Veterano e Adulto
NORMAS GERAIS
Art. 1º - O 19º FECASTCHÊ e 1ª Etapa Classificatória para FEPART será realizado pelo CTG Estância Colorada, baseando-se no regulamento geral e Artístico do MTG do Paraná, Congresso Técnico de Instrutores e normas gerais do Festival.
I – DOS PARTICIPANTES
Art. 2º - Poderá participar das competições todo e qualquer concorrente desde que seja filiado a um CTG e este ao MTG de origem e ainda cumpra as normas deste regulamento e do estatuto, Regulamento Geral e Artístico do MTG do Paraná.
II – DAS INSCRIÇÕES
Art. 3º -  Os CTGs ao  fazer a Inscrição de seus participantes nas Modalidades e Categorias Individuais e coletivas deverão conferir  na Secretaria do Evento (até as 12:30hs do dia 24 de maio de 2014) a relação e confirmar mediante o recolhimento da taxa de inscrição aprovado em Congresso Técnico de Instrutores e referendado na 28ª Convenção.
§ 1º - As Inscrições encerram-se no dia 12 de maio de 2014, 24h00hs.
 
§ 2º - Os arquivos de inscrição estão disponibilizados no site do MTG-PR: www.mtgparana.org.br deverão ser enviados, devidamente preenchidos, unicamente no e-mail: inscricoes@mtgparana.org.br
As orientações constantes da ficha de inscrição deverão ser observadas e respeitadas.
Art. 4º - Todos os participantes deverão apresentar as carteiras tradicionalistas ou a relação do cadastro efetuado no site do MTG.Pr.
Art. 5º - Serão aceitas até 12 de maio as inscrições por modalidade artística para cada CTG, podendo cada participante se- inscrever em até 03 (três) modalidades individuais e uma Invernada de danças tradicionais.
§ Unico -  Os CTGs poderão inscrever uma ou mais Invernadas de danças em cada categoria A e B. Todos os dançarinos e integrantes do Acompanhamento Musical deverão ser relacionados, bem como a indicação da sua Carteira Tradicionalista.
Art. 6º - Em todas as modalidades, a apresentação nos palcos será pela ordem de inscrições ao inverso, ou seja, o primeiro a inscrever-se será o último a apresentar-se e assim sucessivamente.
§ 1º – Será considerado, para a aferição da ordem de apresentação e para a consideração dos participantes inscritos, o ultimo e-mail enviado pelo CTG, mesmo que este último seja apenas para correção de dados anteriormente já enviados.
III – DOS CONCURSOS
Art. 7º - Os Concursos a serem desenvolvidos são os seguintes:
1- Danças Tradicionais (Mirim, Juvenil, Adulta), Grupo A
2- Danças Tradicionais (Mirim, Juvenil, Adulta), Grupo B
3- Danças Tradicionais (Veterano e Xiru);
4- Dança de Salão – Mirim – Juvenil – Adulto – Veterano e Xiru
5- Chula (Pré Mirim – amostra, Mirim, Juvenil, Adulto e Veterano/Xiru);
6- Declamação Prenda ( Pré Mirim- amostra) - Mirim, Juvenil, Adulto, e Veterano);
7- Declamação Peão (Pré Mirim amostra) - Mirim, Juvenil, Adulto, e Veterano);
8- Solista Vocal Prenda (Mirim, Juvenil, Adulto, e Veterano);
9- Solista Vocal Peão (Mirim, Juvenil, Adulto, e Veterano);
10- Violão Mirim – Juvenil – Adulto e Veterano/Xiru
11- Gaita Piano (Mirim, Juvenil, Adulto, Veterano);
12- Gaita de Botão até oito baixos (Mirim, Juvenil, Adulto,Veterano);
13- Gaita de Botão mais de oito baixos (Mirim, Juvenil, Adulto, e Veterano);
14– Causo Gauchesco de Galpão (categoria única)
15- Melhor Entrada (Mirim, Juvenil, Adulto, Veterano)
16- Melhor Saída (Mirim, Juvenil, Adulto, Veterano)
17- Melhor Entrada de Palco – Grupo B – Mirim – Juvenil – Adulto e Veterano
18- Melhor Saida de Palco -  Grupo A  - Mirim – Juvenil – Adulto e Veterano
Art. 8º - Para o concurso de Danças Tradicionais, as invernadas apresentarão de 03 (três) danças de livre escolha, conforme Congresso Técnico de 2014 e regulamento do MTG-PR, dentre aquelas oficializadas para o FEPART/2014;
§ 1º – Cada CTG deverá informar as danças de seus grupos no ato da inscrição, observando as disposições do Congresso Técnico do Depto Artístico do MTG-PR.
§ 2º - A relação dos integrantes das invernadas de danças deverão ser entregues se solicitado na secretaria do evento até as 12:30h do dia 24 de maio de 2014.
Art. 9º - Nas demais modalidades as interpretações serão de livre escolha dos participantes, observadas as disposições do Congresso Técnico do Depto Artístico do MTG-PR.
IV – DAS PREMIAÇÕES
Art. 10 – Para todas as modalidades será conferida premiação (troféu) 1º - 2º e 3º lugar.
Art. 11 – A entrega dos troféus para as Invernadas de Danças Tradicionais está prevista para as 19h00min  do dia 25/05/2014,  e individuais conforme definição da Comissão organizadora no decorrer do Evento.
V – DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 12 – A solicitação de alojamento deverá ser feita até o dia 12 de maio de 2014, e mail ctgestanciacolorada@hotmail.com informando a quantidade de pessoas que comporão a comitiva. Pedidos para alojamento efetuados após esta data poderão não ser atendidos.

Art. 13 – O agendamento de passagem de palco das Invernadas deverá ser solicitado ao Instrutor do CTG Sr. Álvaro Cardoso   alvaro.in.strutor@hotmail.com
Art. 14 – A Comissão organizadora do evento, para resguardar o bom andamento, se reserva o direito de alterar a programação sempre que necessário.
Art. 15 - Os casos omissos serão decididos pela Comissão Organizadora e Avaliadora do Evento.

INSCRIÇÕES:
Através do e-mail oficial do MTG-PR: inscricoes@mtgparana.org.br
Obtenção do arquivo de inscrição artística e demais informações: www.mtgparana.org.br
- José Dasenbrock (41) 9861-0877
- Osvaldo Martins - (45) 3326-4930 / 9933-1285
INFORMAÇÕES COMPLEMANTARES
1} - Venda de espaços antecipados para comercialização:  Cristiano Pienaro  (45) 8411-1345
2} - Reservas de local de acampamento ou eventuais esclarecimentos a esse respeito falar com  a Comissão Organizadora Central através do Sr. Elio Stoker                                                                              
3} - Os competidores deverão estar prontos no local e horário das provas para não serem prejudicados;
4} -  Para receber a premiação o concorrente ou representante deverá estar pilchado conforme normas do Regulamento Geral do MTG/PR.
5} -  A Comissão Organizadora não se responsabilizará pelos acidentes que possam ocorrer com qualquer participante;
6} - no momento da entrega das chaves; a título de taxa de limpeza  de alojamento no Parque será cobrada uma taxa de R$  100,00 (cem reais)  e nas escolas R$ 150,00
Apoio Cultural:
Prefeitura Municipal de Cascavel
Câmara Municipal de Cascavel
Cobezal – Comercio de Bebidas Zanella
Fone: 3225-3993 – Parque São Paulo – Cascavel-Pr
Secretaria Municipal da Cultura
Sociedade Rural do Oeste do Paraná
Associação Atlética Comercial                             

terça-feira, 29 de abril de 2014

Com a Palavra... Geomara Kavilhuka - O que é Ser Prenda?

O que é ser Primeira Prenda?
O termo Prenda no âmbito do tradicionalismo gaúcho, é a mulher gaúcha que faz par com o peão. Mas recebe ainda outras denominações como “ chinoca”, “gauchinha”, “ china”, mas ser Prenda, significa ser graciosa, prestativa, dedicada e acima de tudo, amar suas tradições.
Ser uma Primeira Prenda é ter a honra de representar sua entidade tradicionalista, de ser uma  verdadeira guerreira em prol a nossa tradição.  Ser Prenda é conquistar o seu espaço. Espaço esse tão desgastado pelos novos tempos, que já nem sabemos mais o que é ser prenda. Parece até que usar vestido de chita  “está na moda” !!!
Mas uma Prenda de verdade sabe o real valor que é ostentar sua faixa, ser reconhecida e ser ainda a senhora dos seus ideais tradicionalistas.
Mais do que usar uma faixa confeccionada em couro, Primeira, Segunda ou Terceira Prenda merecem o respeito por nós tradicionalistas que vivenciamos e reverenciamos as tradições gaúchas, pois são conhecedoras dos nossos usos e costumes, e é necessário ter muito preparo e dedicação pra isso. Ao contrário de outros cargos que são eleitos, nós prendas com o nosso esforço e méritos, conquistamos.
É gratificante ser Prenda!! Adquirimos muito conhecimentos que são utilizados para nossas vivencias diárias, como nos estudos escolares, ou ainda em nossos trabalhos. É recompensante as amizades que fazemos durante essa jornada. A Prenda ainda é muito visada, pois cabe a ela orientar as pessoas quanto ao Movimento Tradicionalista, ser prestativa em sua função , pois é um dos mais altos cargos representativos da Tradição, sendo a Vitrine da Cultura Tradicionalista Gaúcha.

Eu me chamo Geomara Kavilhuka, tenho 34 anos, moro atualmente em São Mateus do Sul, faço parte do CTG Fronteira do Paraná,, 6 RT MTGPR, e já exercio os seguintes cargos:
1ª Prenda do CTG Fronteira da Amizade 1996/97
1ª Prenda da 7ª RT MTG PR 1997/98
1ª Prenda do CTG Mangueira do Contestado 1999/2000
1ª Prenda do CTG Mangueira do Contestado 2002/03
1ª Prenda da 17ª RT MTG PR 2002/03

1ª PRENDA DO MTG PR 2003/04

Com a Palavra...

Boa noite meus queridos!!!

Estou iniciando essa nova "coluna" no nosso blog: " Com a palavra..."

Este espaço é voltado a entrevistas, textos e artigos de pessoas que fizeram a diferença no Movimento Tradicionalista Gaúcho, que trabalharam para fazer do nosso Movimento melhor, e ainda os que estão atuando, que ainda batalham na preservação da nossa Cultura.

São textos diversos, opiniões, incentivos, histórias, enfim, pessoas que realmente merecem nosso reconhecimento e que podem nos servir de exemplo!!!

Vamos ao Primeiro Post desta Coluna!!! 

Paraná - História

História do Paraná

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bandeira do estado do Paraná.

A História do Paraná é um domínio de estudos da história do Brasil, voltado para a análise dos fatos históricos, que se estende desde as primeiras expedições exploradoras, no século XVI, até os dias atuais. No entanto, a história do estado começa antes do descobrimento do Brasil, quando o atual território do estado era habitado por povos indígenas, como os tupi-guaranis, caingangues e xoclengues. Entre as primeiras cidades que foram fundadas, estão Paranaguá, Curitiba, Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava e Palmas.
As terras que hoje pertencem ao estado do Paraná eram habitadas, durante a época do descobrimento do Brasil, pelos carijós no litoral do estado, do grupo tupi e pelos caingangues do grupo jê. No século XVI o Paraná, então em grande parte território da coroa Espanhola, foi colonizado primeiramente pelos Jesuitas. Em 1554, Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai fez fundar Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas. Mais tarde, a três léguas de Ontiveros, fundou a Ciudad Real del Guayrá, na confluência do Rio Piquiri. E em 1576, foi fundado à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo. Com três cidades e diversas "reduções" ou "pueblos" a região foi denominada com o status de "Provincia Real del Guaira". No século XVII os bandeirantes paulistas faziam incursões periódicas em seu vasto território, capturando-lhe os índios livres para escravizar-lhes. Já em 1629, os estabelecimentos dos Padres Jesuitas, com exceção de Loreto e Santo Inácio, estavam completamente devastados pelos bandeirantes paulistas e, em 1632, Vila Rica, último reduto espanhol capaz de oferecer resistência, foi sitiado e devastado por Antônio Raposo Tavares. Somente em 1820 o território ocidental do Paraná passou definitivamente a coroa portuguesa passando a integrar politicamente a província de São Paulo, sendo conhecida como "Comarca de Curitiba". No século XVII, descobriu-se na região do Paraná uma área aurífera, anterior ao descobrimento das Minas Gerais, que provocou o povoamento tanto no litoral quanto no interior. Com o descobrimento das Minas Gerais, o ouro de Paranaguá perdeu a importância. As famílias ricas, que possuíam grandes extensões de terra, passaram a se dedicar à criação de gado, que logo abasteceria a população das Minas Gerais.
Mas apenas no século XIX as terras do centro e do sul do Paraná foram definitivamente ocupadas pelos fazendeiros. No fim do século XIX, a erva-mate dominou a economia e criou uma nova fonte de riqueza para os líderes que partilhavam o poder. Com o aparecimento das estradas de ferro, ligando a região da araucária aos portos e a São Paulo, já no fim do século XIX, ocorreu novo período de crescimento. A partir de 1850, o governo provincial de São Paulo empreendeu um amplo programa de colonização, especialmente de alemães, italianos, poloneses e ucranianos, que contribuíram decisivamente para a expansão da economia paranaense e para a renovação de sua estrutura social. O Paraná era parte da província de São Paulo, da qual se desmembraria apenas em 1853. Nessa época, a produção de café começou a ganhar destaque. O rápido desenvolvimento da cultura cafeeira atraiu milhares de imigrantes das províncias do Sul, do Sudeste e do Nordeste do país.
Dois dos principais conflitos ocorridos no Paraná foram o Cerco da Lapa e a Guerra do Contestado (1912-1916), que foi um dos eventos mais significativos da história do Brasil no século XX, no limite com o estado de Santa Catarina. Ao longo do século XX, o Paraná destacou-se pela criação de empresas agrícolas, muitas vezes de capital estrangeiro, o que acelerou o processo de concentração de terras e de renda. Durante as décadas de 1970 e 1980, milhares de pequenos camponeses deixaram o campo em direção às cidades ou a outros estados e até países. No final do século XX e início do XXI, o Paraná atraiu muitos investimentos externos, e indústrias automobilísticas instalaram-se no estado.

Primeiros tempos

Capitanias hereditárias (Luís Teixeira. Roteiro de todos os sinais..., c. 1586. Lisboa, Biblioteca da Ajuda
Até meados do século XVII, o litoral sul da capitania de São Vicente, hoje pertencente ao estado do Paraná, foi esporadicamente visitado por europeus que buscavam madeiras de lei. No período de domínio espanhol, foi estimulado o contato dos vicentinos com a área do rio da Prata e tornou-se mais frequente o percurso da costa meridional, cuja exploração intermitente também seria motivada pela procura de índios e de riquezas minerais. Do litoral os paulistas adentraram-se para oeste, em busca de indígenas, ao mesmo tempo que, a leste, onde hoje estão Paranaguá e Curitiba, dedicaram-se à mineração.
As lendas sobre a existência de grandes jazidas de ouro e prata atraíram à região de Paranaguá numerosos aventureiros. O próprio Salvador Correia de Sá, que em 1613 assumira a superintendência das minas do sul do Brasil, ali esteve durante três meses, enquanto trabalhava com cinco especialistas que fizera vir de Portugal. Não encontrou, porém, nem uma onça de ouro. Sob o governo do marquês de Barbacena, foi para lá enviado o espanhol Rodrigo Castelo Blanco, grande conhecedor das jazidas do Peru, que em 1680 escreveu ao rei de Portugal para também desiludi-lo de vez sobre a lenda das minas de prata.
No fim do século XVII, abandonados os sonhos de grandes riquezas minerais, prosseguiu a cata do ouro de aluvião, dito "de lavagem", mediante a qual os escassos habitantes do lugar procuravam recursos para a aquisição de produtos de fora. Os índios que escapavam ao extermínio eram postos na lavoura. Os escravos africanos começaram a ser utilizados no século XVIII e já em 1798 o censo revelava que seu número, em termos relativos, superava o dos índios.
A vila de Paranaguá, criada por uma carta régia de 1648, formou com o seu sertão - os chamados campos de Curitiba, a quase mil metros de altitude - uma só comunidade. Prevaleceu em Paranaguá o cultivo das terras e, nos campos, a criação de gado. Pouco a pouco, Curitiba, elevada a vila em 1693, transformou-se no principal núcleo da comunidade paranaense, e para isso foi fator decisivo a grande estrada do gado que se estabeleceu entre o Rio Grande do Sul e Sorocaba.
Castro é o primeiro município verdadeiramente paranaense, a fundação do município ocorreu em 1778.


Ciclo das tropas

Monumento ao Tropeiro no município da Lapa (PR).
A descoberta das minas de ouro de Minas Gerais teve como uma de suas consequências a grande demanda de gado equino e vacum. Recorreu-se então aos muares xucros da região missioneira do sul, tocados pela estrada Viamão-Sorocaba, aberta em 1731. Segundo Brasil Pinheiro Machado, a construção dessa estrada foi "acontecimento relevante na história paranaense". Desligou Curitiba do ciclo litorâneo, distanciando-a socialmente de Paranaguá e incorporando-a ao sistema histórico das guerras de fronteira, dando-lhe oportunidade de uma marcha para o sul, para o norte e para oeste, de maneira que Curitiba passa a significar o caráter de toda a região que será a futura província".
Inaugurava-se assim o ciclo das tropas na história paranaense, que se estendeu até a década de 1870, quando começou a era do transporte ferroviário. Numerosos habitantes dedicaram-se ao rendoso negócio de comprar muares no sul, inverná-los em seus campos e revendê-los nas feiras de Sorocaba. Foi essencialmente com a disseminação das fazendas de criação e invernagem que se fez a ocupação do território. Com base na propriedade das pastagens e no trabalho de escravos negros e índios, estabelecem-se as famílias que detêm o poder regional. Graças às tropas que se estabeleciam ao torno de alguns rios, surgiram municípios como Lapa, Ponta Grossa e Castro.


Expansão da atividade pastoril

Em princípio do século XIX, com o recrudescimento da guerra no sul, tornou-se necessária, como parte da estratégia portuguesa, a ocupação das terras que pelo Tratado de Madri pertenciam a Portugal, mas permaneciam abandonadas desde a destruição das missões jesuíticas pelos bandeirantes.
Com o tríplice objetivo de ocupar o território, subjugar os índios e abrir caminho para as missões, em junho de 1810 uma operação militar atingiu os campos de Guarapuava, que logo a seguir foram doados em sesmarias. Os índios capturados foram distribuídos "pelos mais abonados moradores" e três décadas depois a região estava ocupada. Tratava-se então de conquistar aos indígenas os campos de Palmas, o que foi feito em 1839 por duas sociedades particulares, rivais, que recorreram à arbitragem para evitar choque armado entre seus componentes. Completou-se assim em meados do século XIX, e graças à atividade pastoril, a ocupação dos campos do interior.

Província do Paraná

Fac-símile da Lei Imperial nº 704 de 26 de agosto de 1853, que deu autonomia ao Paraná
Por alvará de 19 de fevereiro de 1811, foi criada a comarca de Paranaguá e Curitiba, pertencente à capitania de São Paulo. A 6 de julho do mesmo ano a câmara municipal de Paranaguá dirigiu-se ao príncipe regente para pedir a emancipação da comarca e a criação de nova capitania. Dez anos depois, o movimento denominado Conjura Separatista, liderado por Floriano Bento Viana, formulou abertamente sua reivindicação separatista, mas ainda sem obter êxito.
Apesar da atividade política expressa em sucessivas diligências e petições que tinham em vista a emancipação político-administrativa, e mesmo após a independência, continuaram os então chamados "parnanguaras" submetidos aos comandantes da tropa local, uma vez que o governo provincial estava longe e desinteressado daquelas terras. A importância política e estratégica da região avultava com os anos e evidenciava-se com acontecimentos que repercutiram no plano nacional, como a Revolução Farroupilha (1835 - 1845) e a Revolução Liberal de 1842.
Em 29 de maio de 1843, entra em primeira discussão o projeto de lei que elevava a comarca de Curitiba à categoria de província. Durante os debates, destacaram-se os deputados de Minas Gerais e São Paulo. Segundo os deputados paulistas, o verdadeiro motivo da criação da nova província, por desmembramento da Província de São Paulo, seria o de punir esta última por sua participação na Revolta Liberal de 1842.
Paralelamente, a economia paranaense, a par do comércio de gado, ganhava incremento com a exportação da erva-mate nativa para os mercados do Prata e do Chile. Eram feitas promessas de emancipação, enquanto prosseguiam as representações e a luta no Parlamento. Finalmente, a 28 de agosto de 1853 foi aprovado o projeto de criação da província do Paraná, que teria como capital provisória (que depois seria confirmada) o município de Curitiba.
A 19 de dezembro do mesmo ano chegou à capital Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro presidente da província, que desde logo se empenhou em tomar medidas destinadas a impulsionar a economia local e conseguir recursos para as ações administrativas que se faziam necessárias. Procurou encaminhar para outras atividades, mormente de lavoura, parte da mão-de-obra e dos capitais que se empregavam no preparo e comércio da erva-mate. O mais lucrativo negócio da província continuava a ser, no entanto, a invernada e a venda de muares para São Paulo. Essa atividade chegou ao ponto mais alto na década de 1860 e só entrou em declínio no final do século.
Durante o período provincial, o governo do Paraná não alcançou a necessária continuidade administrativa, já que a presidência da província, de livre escolha do poder central, teve nada menos de 55 ocupantes em 36 anos. Os liberais paranaenses organizaram-se sob a liderança de Jesuíno Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de Araújo, pertencentes à família dos barões de Tibagi e Campos Gerais, na época a mais poderosa oligarquia na região. Os conservadores eram chefiados por Manuel Antônio Guimarães e Manuel Francisco Correia Júnior, de famílias que controlavam o comércio do litoral.

Crise na sociedade pastoril

Panorama de Curitiba, em gravura de Jean-Baptiste Debret, 1827.
A decadência do comércio de muares acarretou crise em toda a sociedade pastoril do Paraná. O grande patrimônio indiviso da família patriarcal, que abrangia vários núcleos familiares, já não podia prover a subsistência de todos. Filhos de fazendeiros emigraram para as cidades, para São Paulo e para o Rio Grande do Sul. Desde o início do século XIX o Paraná vinha recebendo imigrantes, dentro da política de preenchimento dos vazios demográficos. Eram açorianos, alemães, suíços e franceses, mas em pequeno número e sem condições de prosperidade.
Em meados daquele século, embora contasse com uma população de cerca de sessenta mil habitantes, o Paraná continuava, do ponto de vista humano, um deserto irregularmente interrompido por dezenove pequenos oásis situados a distâncias imensas uns dos outros, distâncias literalmente intransponíveis, pois, além dos "caminhos históricos", que dentro em pouco se saberia não serem os "caminhos econômicos", nada havia que se pudesse chamar de rede de comunicações.
Esses dezenove oásis eram representados pelos dois municípios (Curitiba e Paranaguá); pelas sete vilas (Guaratuba, Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Lapa, Castro e Guarapuava); pelas seis freguesias (Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Jaguariaíva, Tibagi e Rio Negro) e pelas quatro capelas curadas (Guaraqueçaba, Iguaçu, Votuverava e Palmas).
Curitiba tinha, na época, seis mil habitantes,e Paranaguá, 6.500. A população das vilas, freguesias e capelas oscilava, em geral, entre mil e cinco mil habitantes, de forma que a densidade efetiva, nos centros urbanos incipientes, era bem maior do que a média estatística (0,3 pessoa por quilômetro quadrado) faria supor. Em compensação, na maior parte do território o vazio era absoluto. Eram os campos gerais, a floresta, e a serra do Mar.

Colonização

De Immigrant (O Imigrante), moinho em estilo holandês na colônia neerlandesa de Castrolanda, em Castro.
Descendentes de ucranianos na cerimônia de bênção dos alimentos na véspera da Páscoa de 2006, em Curitiba.
Na segunda metade do século XIX estimulou-se um tipo de colonização orientada para a criação de uma agricultura que suprisse as necessidades de abastecimento. Providências conjuntas dos governos imperial e provincial permitiram o estabelecimento de núcleos coloniais nas proximidades dos centros urbanos, sobretudo no planalto de Curitiba, constituídos de poloneses que se instalaram principalmente na região norte de Curitiba formando bairros como Santa Cândida, Tingui e outros da região, alemães, italianos deram origens a bairros nobres como Santa Felicidade e também a municípios da região metropolitana como São José dos Pinhais e Colombo que foi a maior colônia italiana do Paraná no final do século XIX até o século XX e, em grupos menores, suíços, franceses e ingleses. Esses contingentes de imigrantes imprimiram à fisionomia étnica do Paraná uma notável variedade e em alguns lugares do Paraná, por exemplo, no município de Castro e arredores se fala somente o holandês e em algumas outras regiões do estado se fala somente o alemão, italiano, ucraniano, polonês e até o japonês sem contar as línguas nativas de tribos indígenas.
O número de escravos diminuiu muito, a partir da metade do século, sobretudo em virtude de venda ou arrendamento para outras províncias. Um relatório do presidente do Paraná, em 1867, assinalou que o imposto arrecadado sobre escravos que seguiam para São Paulo "era quase igual ao imposto sobre animais".
A vinda de colonos atendia assim ao problema, agravado pela evasão da mão-de-obra escrava, da escassez e carestia dos produtos agrícolas. Nas últimas décadas do século XIX, a construção de estradas de ferro e linhas telegráficas empregou colonos trazidos por sociedades de imigração. Nesse período e no início do século XX, estabeleceram-se no Paraná mais de quarenta núcleos coloniais.

República

Desde o manifesto de 1870 ocorreram no Paraná manifestações esporádicas, e sem organicidade, de simpatia pela república. Mesmo depois da fundação dos jornais Livre Paraná, em Paranaguá, e A República, em Curitiba, e da criação de clubes republicanos nos dois municípios, o movimento não chegou a se aprofundar. Alguns paranaenses se destacaram na campanha republicana, mas fora da província. Na Assembleia Provincial, contavam os republicanos com um só deputado, Vicente Machado da Silva Lima, eleito pelo Partido Liberal, e que foi figura de projeção nos primeiros anos do novo regime.
Panteon dos Heroes, onde jazem os corpos dos legalistas que combateram no Cerco da Lapa.
O estado sofreu as consequências das várias crises políticas que marcaram os primeiros tempos da república e somente em abril de 1892 viu promulgada sua constituição estadual, que vigorou até a vitória do movimento revolucionário de 1930. Durante a revolução federalista, o Paraná foi palco de renhidos combates, já que em seu território se deu o encontro de tropas federalistas e legalistas. Abandonado o estado pelos federalistas, fez-se o acerto de contas. Os "picapaus" assumiram então o poder e desencadearam a repressão contra os "maragatos". Apesar de eventuais conciliações, tal divisão durou até 1930.
A província do Paraná deveria ter os mesmos limites da antiga comarca, em consequência do que se prolongou até a segunda década do século XX uma complicada questão de fronteiras com Santa Catarina, surgida desde a descoberta e ocupação dos campos de Palmas.Com base na carta régia de 1749, Santa Catarina considerava seu o "sertão" que correspondia à costa, enquanto o Paraná se apoiava no princípio do uti possidetis. Com a república, ambos os estados exerceriam sua competência de distribuir terras num mesmo território.
Por três vezes Santa Catarina obteve ganho de causa no Supremo Tribunal Federal, mas o Paraná embargou as decisões. Nessa área é que se iria travar a campanha do Contestado. Finalmente, em 1916, por decisão arbitral do presidente da república, fez-se a partilha da região em litígio, com o que ficou encerrada a questão.

Questões agrárias

Em 1920, o Paraná ocupava o 13º lugar em população no Brasil, com cerca de 700 mil habitantes; em 1960, o estado havia passado para o quinto lugar, com mais de 4,2 milhões de habitantes. Esse aumento não se deveu apenas ao crescimento natural, mas a intensas correntes migratórias internas, pelas quais se deslocaram habitantes de outros estados para áreas até então incultas do Paraná.
Plantação de Café impulsionou o crescimento do Norte do Paraná.
Desde o final do século XIX, lavradores paulistas e mineiros iniciaram a formação de fazendas de café no norte do estado, rico em terras férteis, de solo conhecido como "terra roxa". A esse tipo de ocupação veio juntar-se a colonização dirigida, tanto oficial como particular. Ocorreram também novas levas de colonos imigrantes, notadamente japoneses, italianos e alemães, e com a experiência de empreendimentos semelhantes na Austrália e na África, em 1924, Lord Lovat visitou o Paraná e três anos depois obteve do governo uma concessão de 500 mil alqueires de terra no norte do estado. Fundou então a Paraná Plantation Ltd. que, ao lado da Companhia de Terras do Norte do Paraná e da Companhia Ferroviária do Norte do Paraná, executou o plano de colonização dessa zona. O eixo da operação foi Londrina, que a partir daí cresceu em ritmo vertiginoso.
Na região dos rios Iguaçu e Paraná, as matas eram há muito exploradas por empresas que comercializavam madeira e mate. Desde a década de 1920 ocorria ali a ocupação espontânea por colonos gaúchos e catarinenses, em geral descendentes de alemães e italianos. Após a revolução de 1930, anuladas numerosas concessões de terras, passou-se, por iniciativa do governo estadual e de particulares, à ocupação organizada, dirigida para a agricultura variada e a criação de animais de pequeno porte.

Revolução de 1930 e intervenção

Deflagrada a revolução em outubro de 1930, já no dia 5 do mesmo mês seus partidários, com apoio de forças militares, apossaram-se do governo estadual paranaense, instalaram um governo provisório e substituíram as autoridades no interior. As finanças públicas estavam em completo desequilíbrio e a economia em crise. Havia ainda a grave questão das terras devolutas do estado. O general Mário Tourinho, primeiro interventor, foi substituído no governo por Manuel Ribas. Este, eleito em 1935, foi confirmado como interventor pelo Estado Novo, em 1937, e permaneceu no cargo até 1945.
Na década de 1960, todas as terras do Paraná já estavam ocupadas, mas, em seu processo de ocupação, a par do colono que comprava um ou mais lotes, surgiu também a figura do "posseiro", que tendia a se instalar no terreno que julgava do estado ou sem dono. Passou a ocorrer também a venda múltipla, a compra do "não dono" e a "grilagem" em grande escala. Assim, a época foi também de conflitos e lutas agrárias, que se prolongaram por toda a segunda metade do século XX, sem qualquer solução duradoura no meio dos avanços da economia e da sociedade.

Progressos e problemas

À medida que o governo estadual procurava tornar o Paraná o celeiro agrícola do país e um produtor de madeira capaz de levar a efeito amplos reflorestamentos, os conflitos fundiários não só continuaram como cresceram em intensidade. Centenas de milhares de pequenos proprietários rurais e trabalhadores sem terra encenaram um êxodo rural que provocou um esvaziamento demográfico em mais de cinquenta municípios. Tais emigrantes seguiram principalmente para o Centro-oeste e para a Amazônia, levando consigo sua concepção produtiva.
Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo e uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Enquanto, na agricultura, a soja aumentava em trinta por cento o espaço que ocupava. Também a indústria dava saltos expressivos, como a instalação, em 1976, de uma fábrica de ônibus e caminhões em Curitiba e o início do funcionamento, em 1977, da refinaria Presidente Getúlio Vargas. Realizaram-se ainda nessa época os primeiros grandes melhoramentos que fizeram da capital paranaense um modelo de novas soluções urbanísticas: inaugurou-se a primeira parte das ciclovias da cidade e surgiu o sistema de ônibus expressos.
Aumentaram, no entanto, as disputas de terra, até mesmo em reservas indígenas, assim como denúncias de graves perturbações ambientais causadas pelo crescente número de barragens para construção de usinas hidrelétricas nos rios Iguaçu, Paranapanema, Capivari e Paraná. Em 1980, a colheita de soja atingia o recorde de 2.079 kg por hectare, maior do que a marca norte-americana até então alcançada, enquanto a de trigo colocava o Paraná no primeiro lugar nacional, com 57% da produção de todo o país.
Em 1982, o desaparecimento do salto de Sete Quedas, imposto pela necessidade de formar o imenso reservatório da represa de Itaipu, provocou intenso movimento de protesto. Agravava-se também, ainda em meados da década de 1990, a questão da terra, com atentados e manifestações de trabalhadores sem terra.

Estabilidade e desenvolvimento

O Paraná é um estado capaz de atrair investimentos, posição favorecida pela abertura da economia local em direção ao Mercosul. Com o crescimento demográfico estabilizado nas três últimas décadas, a economia tem-se modernizado e se diversificado tanto no setor agrícola quanto no industrial. Há auto-suficiência energética garantida pela hidrelétrica Itaipu e eficiente pólo exportador em Paranaguá.
O aumento da participação do setor industrial na economia um dos fatores que têm contribuído para a população no estado. Em 1997, três montadoras de automóveis - Renault, Audi e Chrysler - firmaram um acordo para instalar fábricas no Paraná.
Apesar de atrair investimentos, o estado fechou ano de 1997 com um déficit de mais de R$ 1 milhão. Como conseqüência, as obras públicas estavam paralisadas, e o governo, falido, não conseguia honrar seus compromissos. Entre as principais causas da crise estavam a alta dos juros e a redução da arrecadação e o aumento dos salários do funcionalismo público.

Mudança política

Jaime Lerner, urbanista e arquiteto brasileiro.
Em 1998, o governador do Paraná, Jaime Lerner, sai do PDT e filia-se ao PFL, levando junto o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, cinco deputados estaduais e a maior parte dos secretários de governo. Entre os motivos para a saída estaria a falta de apoio do partido em uma possível candidatura do governador à reeleição.
Em 2000, privatizou o Banco do Estado do Paraná (Banestado), alinhado com a política de privatizações do governo do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 2001, apresentou o projeto de privatização da Companhia Elétrica do Paraná (Copel), o qual foi rejeitado na Assembléia Legislativa do Paraná, devido a pressões populares. Concedeu ao grupo acionista minoritário Dominó, o controle da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), a qual também estava sendo preparada para privatização.
Criou uma série de Organizações Públicas de Direito Privado como mecanismo de privatizar o serviço público.
Fez contratos suspeitos na área de informática pública, tendo mais de R$ 450 milhões de contratos rompidos pelo governo posterior, sem que houvesse nenhuma ação contra o Estado pelo rompimento de contrato.

Século XXI

Segundo exigências do mercado europeu, em 2003 o governo do Paraná cria uma lei proibindo o plantio, a comercialização e o transporte de sementes geneticamente modificadas. O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, julga a lei inconstitucional e libera o plantio de transgênicos. Mas o governo mantém o embargo ao escoamento da produção de transgênicos pelo porto de Paranaguá. Em 2005, é sancionada a Lei de Biossegurança, que determina a formação de uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) para regular a produção de transgênicos. Em 2006, uma liminar concedida pela Justiça Federal permite o embarque da soja geneticamente modificada por Paranaguá. Dados da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) revelam que a taxa de sementes transgênicas de soja na safra 2008/2009 é de 44% no estado. Em outubro de 2008, a multinacional suíça Syngenta Seeds doa ao governo do estado a fazenda, no oeste do Paraná, que foi palco de ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ela deverá ser usada pelo governo como centro experimental de agroecologia.
Nas eleições de 2008, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), é reeleito, com 77,27% dos votos. Richa deixa a prefeitura no início de 2010 para disputar o governo do estado, e seu vice, Luciano Ducci (PSB) assume.Em outubro, é eleito governador no primeiro turno, com 52,43% dos votos.
Em novembro de 2009, o STF suspende a nomeação de Maurício Requião, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O STF avaliou como nepotismo. Em 2010, o Ministério Público Estadual denuncia esquema de desvio de cerca 100 milhões de reais da Assembleia Legislativa do Paraná, com a nomeação de funcionários fantasmas durante 16 anos, de 1994 até 2009. Cinquenta funcionários teriam participação do esquema, incluindo o ex-diretor da casa, Abib Miguel, que é preso.
Curitiba deverá sediar jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014, no estádio do Clube Atlético Paranaense, o Joaquim Américo Guimarães, conhecido como Arena da Baixada. Ele será reformado a um custo estimado de 184,6 milhões de reais.

Monge João Maria

João Maria é o nome pelo qual ficaram conhecidos três monges que passaram pela região sul do Brasil no final do século XIX e primeira metade do século XX. Tinham o caráter de curandeirismo ou de messianismo.
Apesar de serem três, o povo, por meio de lendas e folclore, uniu-os em um, que ficou conhecido como São João Maria, considerado na época o “monge dos excluídos”. Estão historicamente unidos de tal forma que muitas vezes é difícil separar seus feitos e suas vidas.
Tinham em comum o fato de viver em épocas de grandes mudanças sociais, quando a assistência médica e a educação tinham pouca penetração no interior do país, e o aconselhamento embasado na religião, a cura por ervas, água e milagres eram os únicos recursos acessíveis da população carente e pouco assistida. Os humildes encontraram neles apoio para enfrentar a penúria e a desesperança.
Mesmo sendo impossível tratar-se da mesma pessoa, pela questão temporal e geográfica, no caso particular do estado do Rio Grande do Sul existe a tese que de sobreviventes fugitivos, e em especial, seus descendentes, foram divulgando e adequando suas crenças e reivindicações. Assim, encontramos o monge João Maria, do movimento do Monges do Pinheirinho (cidade de Encantado, RS), com as mesmas características (do qual inclusive existe registro fotográfico) 35 anos depois e com o mesmo nome, na luta dos Monges Barbudos (Soledade, RS). Ele seria um discípulo de Jacobina Mentz Maurer, dos Muckers, cujos descendentes teriam se localizado no município de Estrela. Historiadores mostram no mapa do Rio Grande do Sul a região dos três acontecimentos, unindo um caminho provável que teriam percorrido os Muckers sobreviventes para influir nos acontecimentos do interior de Encantado (1902) e Soledade (1935-1938).

João Maria D’Agostini

O primeiro deles, o monge Giovanni "João" Maria D'Agostini, era imigrante italiano e residiu em Sorocaba (São Paulo), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848 nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão.
Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, ficando o monge foi proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois em Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo misteriosamente em seguida.
Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870. Mas em Santa Catarina há histórias que ele morreu no Morro do Taió, município de Santa Teresinha. Contam pessoas da região que João Maria dizia ser o Morro do Taió um lugar santo, o próprio paraíso, e que lá não seria necessário trabalhar, e lá gostaria de morrer.

João Maria de Jesus

O segundo monge, João Maria de Jesus, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, havendo, na ocasião, uma identificação com o primeiro, de quem utilizava os mesmos métodos, com curas por ervas, conselhos e água de fontes.
Acredita-se que seu verdadeiro nome é Atanás Marcaf. Em 1897, diria: "Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, sem pousar na casa de outros. Vi-o claramente ".
Há controvérsias sobre seu desaparecimento, segundo alguns historiadores, ocorrido por volta de 1900, e segundo outros por volta de 1907 ou 1908. A semelhança entre os dois primeiros monges é tão grande que o povo os considerava um só. Num dos seus retratos da época há a legenda “João Maria de Jesus, profeta com 188 anos ”

José Maria de Santo Agostinho

O terceiro monge, José Maria, surgiu em 1911 no município de Campos Novos (SC), e foi, segundo alguns historiadores, um ex-militar. De acordo com um laudo da polícia de Vila de Palmas, no Paraná, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena de Boaventura, um soldado desertor condenado por estupro. Dizia ser irmão do primeiro monge e adotou o nome de José Maria de Santo Agostinho. Utilizava, também, os mesmos métodos de cura dos anteriores, mas, ao contrário do isolamento, organizava agrupamentos, fundando os “Quadros Santos”, acampamentos com vida própria, e os “Pares de França”, uma guarda especial formada por 24 homens que o acompanhavam. A região onde atuava era palco de disputas por limites e, sob a alegação de que o monge queria a volta da monarquia, foi pedida a intervenção do Governo Estadual de Santa Catarina, o que foi entendido como uma afronta pelo Governo do Paraná, que enviou uma força militar para a região. A força militar chefiada pelo coronel João Gualberto Gomes de Sá invadiu o “Quadro Santo” de Irani (SC), quando morreram em combate o monge João Maria e o coronel, o que determinou o fim do ciclo dos monges e a eclosão franca da Guerra do Contestado.

Lendas

Há muitas histórias sobre a origem do monge, todas de tradição popular. Uma delas refere que sua cidade de origem teria sido Belém, na Judeia, e que abandonara a religião para se casar com uma moura e para combater o exército expedicionário francês. Sendo feito prisioneiro, após a morte de sua esposa fugiu e teve a visão do apóstolo Paulo, que o mandou peregrinar durante 14 anos (ou 40 anos, em outra versão) pelo mundo, retornando assim ao cristianismo.
Outra lenda refere que o monge teria sido um criminoso, que teria seduzido uma religiosa, a qual falecera na viagem para a América, e sua penitência seria vagar solitário pelos sertões. Também outra história defende que o monge era um apátrida, nascido no mar, de pais franceses, tendo sido criado no Uruguai.
Conta-se também que ele poderia estar em dois lugares diferentes, como também se postar orando em sua gruta, ao lado de um doente que invocava por ele; que podia ficar invisível aos seus perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que suas cruzes cresciam 40 dias após o monge tê-las levantado; que o monge era imune aos índios e feras; que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
As curas são constantes em suas lendas, muitas delas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Em Lagoa Vermelha (RS) sua lembrança é ainda muito viva. Teria chegado ao município por volta de 1893, durante a Revolução Federalista. Conta-se que no centro da cidade, ele teria tocado com o seu cajado em uma pedra fezendo nascer uma fonte, a Fonte de São João Maria, que abasteceu a cidade de água durante muito tempo e que ainda existe até hoje. Mas uma horda de malfeitores alegaram que ele era um espião. Degoladores então foram até o lugar onde acampava São João Maria e, chefiados por Neco Rengo, degolaram-no. Voltaram os degoladores para a cidade e lá ficaram sabendo que São João Maria estava vivo. Foram atrás dele, novamente, encontraram-no e degolaram-no outra vez, voltando então à cidade para beber e festejar. Aí ficaram sabendo, de novo, que o santo permanecia vivo. Pela terceira vez os degoladores foram à sua procura e lhe cortaram a garganta, outra vez. Mas São João Maria não morreu. Ficou ali o tempo que quis, até que partiu, no rumo de Santa Catarina.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: "Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal" e "gafanhotos de asas de ferro, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra".
Há também diversas lendas sobre seu desaparecimento. Conta uma delas que ele terminou sua missão no morro do Taió (SC), outra que morreu de velhice em Araraquara (SP), ou que foi encontrado agonizante próximo aos trilhos da estrada de ferro perto de Ponta Grossa.
A crença mais difundida é, no entanto, que não teria morrido. Após jejuar por 48 horas no morro do Taió, o monge teria sido levado por dois anjos para o céu. Em outra hipótese, seu corpo teria se envolvido em luz tão forte que o fez desaparecer, deixando uma marca vermelha no chão, que os incrédulos confundiam com sangue.


Sepé Tiaraju

Sepé Tiaraju (Redução de São Luís Gonzaga, em data desconhecida — São Gabriel, 7 de fevereiro de 1756) foi um índio guerreiro guarani, considerado um santo popular brasileiro e declarado "herói guarani missioneiro rio-grandense" pela Lei nº 12.366
Nascido em um dos aldeamentos jesuíticos dos Sete Povos das Missões, foi batizado com o nome latino cristão de Joseph. Bom combatente e estrategista, tornou-se líder das milícias indígenas que lutaram contra as tropas do exército português e espanhol na chamada Guerra Guaranítica.
Tal conflito inscreve-se no contexto histórico das demarcações decorrentes da assinatura do Tratado de Madrid (1750), que exigiu a retirada da população guarani aldeada pelos missionários jesuítas espanhóis do território que ocupava, havia cerca de 150 anos. A essa altura o que hoje é o Rio Grande do Sul era território espanhol, confundindo-se com o território da Banda Oriental do Rio da Prata, hoje partida em dois entre Uruguai e Rio Grande do Sul. Tal repartição se deve ao avanço luso-português, que tentava colonizar sem muito sucesso o território entre seus domínios no atual Sudeste do Brasil e o Rio da Prata. A posse da região ainda seria objeto do Tratado de Santo Ildefonso (1777) e do Tratado de Badajoz (1801).
Viviam na região dos Sete Povos das Missões (nomenclatura que se refere às 7 missões que ficaram em território português com a assinatura do Tratado de Madrid, pois haviam inúmeras outras nos territórios onde hoje se encontram Argentina e Paraguai) aproximadamente trinta mil guaranis. Somando-se os do Paraguai e da Argentina, alcançaram um total estimado de oitenta mil indígenas catequizados, que habitavam em aldeias planejadas, organizadas e conduzidas como verdadeiras cidades pelos jezuítas espanhóis. O interesse luso-brasileiro por esta extensa região deveu-se, pura e simplesmente, além da posse territorial, no gigantesco rebanho de gado, o maior das Américas, mantido por esses mesmos indígenas.
Estátua de Sepé Tiaraju
Pereceu em combate contra o exército espanhol na batalha de Caiboaté, às margens da Sanga da Bica, na entrada da cidade de São Gabriel, durante a invasão das forças inimigas às aldeias dos Sete Povos. Após sua morte pereceram aproximadamente 1.500 guaranis diante das armas luso-brasileiras e espanholas.
Por seu feito, chegando a ser considerado um santo popular, virou personagem lendário do Rio Grande do Sul, e sua memória ficou registrada na literatura por Basílio da Gama no poema épico O Uraguay (1769) e por Érico Veríssimo no romance O Tempo e o Vento. É-lhe atribuída a exclamação: "Esta terra tem dono!". Deve-se levar em conta que na época que Portugal dominou efetivamente o território onde hoje se encontra o Rio Grande do Sul, já existia no mesmo toda uma população e uma cultura nativa da terra, denominada cultura gaúcha, principalmente na região da Campanha, onde hoje se encontra a fronteira com o Uruguai. Tal população sofria com as guerras pelo território entre Portugal e Espanha, para as quais era, muitas vezes, recrutada à força.
No dia 21 de setembro de 2009, foi publicada a Lei Federal 12.032/09, que traz em seu artigo 1º o texto "Em comemoração aos 250 (duzentos e cinquenta) anos da morte de Sepé Tiaraju, será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, o nome de José Tiaraju, o Sepé Tiaraju, herói guarani missioneiro rio-grandense."

Curiosidades

Cabe ressaltar que não é considerado "santo" pela Igreja Católica, sendo santo popular uma expressão apenas de sua fama. Com homenagem ao heroísmo e à coragem de Sepé Tiaraju, a rodovia "RS-344" recebeu o seu nome.
Existe também no "Rio Grande do Sul" o município de São Sepé, nome que reflete a devoção popular pelo herói indígena.
Na cidade de São Luiz Gonzaga há uma escultura em sua homenagem, chama-se: "Sepé Tiaraju São-luizense e Missioneiro".

Contestado

A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Parará e Santa Catarina. Causas da Guerra

A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.

Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por de um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.

O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.

Participação do monge José Maria

Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.

Os conflitos

Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.

O fim da Guerra 

A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.


Guerra Guaranítica

Guerra Guaranítica foi um confronto violento entre índios Guaranis e soldados portugueses e espanhóis ocorrido no Sul do Brasil em meados do século XVIII após a assinatura do Tratado de Madri (1750) onde, delimitava as fronteiras espanholas e portuguesas da America do Sul.
Os Guaranis viviam em uma região denominada Sete Povos das Missões, também conhecida como Missões Orientais por se localizarem a leste do rio Uruguai, o lugar recebera esse nome em consequência da chegada dos jesuítas e a formação de aldeamentos para a catequização dos aborígines. Os sete povoados indígenas foram fundados pelos missionários na ultima colonização erguida na região. Em épocas anteriores havia neste mesmo local dezoito aldeias construídas pelos jesuítas as quais, foram destruídas pelos bandeirantes que penetravam na região em busca de riqueza minerais.
Somente a partir de 1687 os jesuítas puderam retornar as suas antigas terras e nesse mesmo ano começaram a organizar as reduções: um agrupamento de sete aldeias denominado de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custodio. Da aldeia de São Francisco de Borja originou-se à cidade de São Borja e ainda hoje no Rio grande do Sul existem ruínas da aldeia de São Miguel Arcanjo.
A luta começou quando foram demarcados os limites das colônias pertencentes à Espanha e Portugal, como a aldeia dos Sete Povos ficava localizada bem no perímetro da fronteira, os guaranis receberam um ultimato para abandonarem suas terras e seguirem para o outro lado do rio Uruguai. O principal líder da guerrilha, o guarani Sepé Tiaraju juntamente com o apoio de alguns jesuítas anunciaram a decisão de não ceder às ordens dos invasores, usando como justificativa o direito legitimo de serem donos da região desde os primórdios. Além do mais os guaranis se recusavam a abdicar de suas terras localizadas no Rio Grande do Sul, rejeitando o que o acordo especificava.
Em princípios de 1753 os índios começaram a dificultar os trabalhos de definição da fronteira. Em resposta a coroa portuguesa envia tropas contra os nativos e a guerra eclode no ano seguinte. Os castelhanos vindos pela Argentina e Uruguai avançam pelo Sul e os lusitanos mandados do Rio de Janeiro atacam pelo Rio Jacuí. Os dois exércitos se juntam na fronteira do Uruguai iniciando a batalha. Durante dois anos travou-se uma sangrenta luta: índios foram esquartejados, mulheres violentadas por ambas às tropas e crianças monstruosamente assassinadas. Em maio de 1756 chega ao fim à oposição guarani, com um saldo de mais de 1.500 indígenas mortos, a ação foi travada na cidade de Caiboaté Grande onde hoje se encontra a cidade de São Gabriel.  Existe ainda nesse lugar um monumento em tributo as vidas ceifadas na guerrilha, trata-se de uma cruz de madeira com cinco metros de altura que fora erguida pelos padres jesuítas logo após o massacre.

Revolução Farroupilha

Revolução Farroupilha

Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico ( 1835 - 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

Causas


O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.
A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc. 
No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata.
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.

A revolta


Carga de cavalaria Farroupilha, acervo do Museu Júlio de Castilhos.

Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas.
Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.

Os imperiais passaram a planejar a retomada de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.

Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.

A República

Bento Gonçalves, então em cerco a Porto Alegre, recebe a notícia da proclamação da República e da indicação de seu nome como candidato único a presidente. Decide então contornar a capital da província para se juntar aos vitoriosos comandados de Netto. Quando vai atravessar o rio Jacuí na altura da ilha de Fanfa, tem seus mais de mil homens emboscados por Bento Manuel e pela esquadra do inglês John Grenfell. Bento Gonçalves, Onofre Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari, os principais chefes no local, são presos, e a tropa é desbaratada. O governo imperial, após esta vitória, oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Netto, contudo, concentrou tropas ao recorde Piratini, a capital da República, e decidiu continuar a luta.


Sede do governo em Piratini
Bento Gonçalves foi escolhido presidente da República, mas enquanto não retornasse, Gomes Jardim assumiu o governo, organizando a estrutura dos ministérios. Foram criados seis: Fazenda, Justiça, Exterior, Interior, Marinha e Guerra. Cada ministro cuidava de dois ministérios por medida de economia.
Em fins de 1836,  sem seu líder e com o governo central fazendo propostas de anistia, a revolução estava perdendo a força, mas no início de 1837 o Regente Feijó nomeou o brigadeiro Antero de Brito para presidente da província. Este, acumulando o cargo de Comandante Militar, passou a perseguir os simpatizantes do movimento em Porto Alegre e tratar os farrapos com dureza. Mas estes atos devolveram o ânimo aos rebeldes, que conseguiram a partir daí uma série de vitórias. A cavalaria imperial desertou em janeiro de 1837 em Rio Pardo, e Lages, em Santa Catarina, foi tomada logo após. Em março, Antero de Brito mandou prender Bento Manoel, por achá-lo pouco rígido com a República. Mas Bento Manoel resolveu prendê-lo e passar novamente para o lado farroupilha. Um mês após, Netto, com mais de mil homens, tomou o arsenal imperial de Caçapava, capturando armas de todos os tipos e ganhando a adesão de muitos soldados da guarnição local. E em 30 de abril, Rio Pardo, então a mais populosa cidade da província, foi tomada.
Em outubro, chegou a notícia de que Bento Gonçalves havia fugido do Forte do Mar, em Salvador, vindo a assumir a presidência em 16 de dezembro. Era o auge da República. A diminuição dos combates, a estruturação dos serviços básicos - correios, política externa, fisco - davam a impressão de que o Estado Rio-Grandense estava em vias de consolidação.
Mas 1838 não foi o ano da vitória como esperavam os farrapos. Apesar de mais uma vitória em Rio Pardo, o fracasso na tentativa de tomar Rio Grande e a falta de condições de conquistar Porto Alegre abatem as esperanças dos republicanos. A maioria das vitórias farrapas neste ano foram em combates de guerrilha e escaramuças sem importância estratégica. Com Piratini ameaçada, a Capital é transferida para Caçapava em janeiro de 1839.

Garibaldi

Em 24 de janeiro de 1837, Giuseppe Garibaldi saiu da prisão onde fora visitar Bento Gonçalves carregando uma carta de corso que lhe dava o direito de apresar navios em nome da República Rio-Grandense, destinando metade do valor da carga para o governo da República. Ainda no Rio, ele toma o navio "Luiza", rebatizando-o de "Farroupilha". É o primeiro barco da armada Rio-Grandense. Depois de muitas aventuras (prisão no Uruguai, tortura em Buenos Aires), Garibaldi apresenta-se em Piratini em fins de 1837. Ao chegar à capital farroupilha, ele recebe uma missão: construir barcos e fazer corso contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o "Rio Pardo" e o "Independência". Mas havia um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte ocupadas pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina. A idéia era um ataque simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos? John Grenfell atacou o estaleiro farrapo, mas Garibaldi escapou com os Lanchões "Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da Lagoa. Daí resultou o mais fantástico acontecimento da guerra, e talvez um dos lances de combate mais geniais da história Foram postas gigantescas rodas nos barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno.

Travessia dos lanchões sobre rodas
O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios mercantes, que são somados ao "Seival",  e armas, canhões e fardamentos. Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da cidade. Mas o sonho durou apenas quatro meses. Com a vitória de Laguna, os farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina. Mas são surpreendidos em plena concentração e batem em retirada, com pesadas perdas materiais. Os navios de corso, contudo, vão mais longe.O "Seival", o "Caçapava" e o novo "Rio Pardo" vão até Santos, no litoral paulista. Encontrando forças superiores, voltam para Imbituba-SC.


Sede da República Juliana, em Laguna-SC
Em 15 de novembro de 1839, um ataque pesado a Laguna, com marinha, infantaria e cavalaria resulta na destruição completa da esquadra farroupilha e na retomada da cidade. Todos os chefes da marinha rio-grandense são mortos, com exceção de Garibaldi. Davi Canabarro recua até Torres, enquanto outra parte das forças terrestres vai para Lages, onde resistem até o começo de 1840.

Declínio

Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam Caçapava quase inexpugnável, em virtude do difícil acesso à cidade. A partir daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas estradas. Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi escolhida como nova capital. Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. Mas não teve resultados decisivos. São Gabriel foi perdida em junho, e alguns dias depois o General Netto só escapa do imperial Chico Pedro graças à sua destreza como cavaleiro.
Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação. Em novembro é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república. Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.

Caxias

A partir de novembro 1842 o conflito é dominado pela estrela de Luís Alves de Lima e Silva, o Barão (depois Duque) de Caxias. Nomeado presidente da província como a esperança do Imperador para a paz, Caxias usou do mesmo estilo dos farrapos para ganhar o apoio da população. Nomeou como comandantes militares Bento Manoel e Chico Pedro, dois oficiais do mesmo estilo, priorizou a cavalaria, e espalhou intrigas entre os farrapos sempre que pôde. Tratou bem a população dos povoados ocupados e empurrou os farroupilhas para o Uruguai. Estes ainda fizeram outra grande tentativa, atacando São Gabriel em 10 de abril de 1843 e, em  26 do mesmo mês, destroçaram Bento Manoel em Ponche Verde. Mas esta foi a última vitória dos farrapos.
Em dezembro de 42 reuniu-se em Alegrete a Assembléia Constituinte, sob forte discussão política. Era forte a oposição a Bento Gonçalves. Durante 1843 e 1844, sucederam-se brigas entre os farrapos. Numa destas o líder oposicionista Antônio Paulo da Fontoura foi assassinado. Onofre Pires acusou Bento Gonçalves de ser o mandante. Este respondeu com o desafio a um duelo. Neste duelo (28 de fevereiro de 1844) Onofre é ferido, e veio a falecer dias depois.

 

Paz


Obelisco comemorativo ao acordo de Ponche Verde
Ainda em 1844 Bento Gonçalves iniciou conversações de paz, mas retirou-se por discordar de Caxias em pontos fundamentais, assumindo o seu lugar Davi Canabarro. Os farrapos queriam assinar um Tratado de Paz, mas os imperiais rejeitavam, porque tratados se assinam entre países, e o Império não considerava a República um Estado. Caxias contornou a situação, agradando os interesses dos farroupilhas sem criar constrangimentos para o Império.
Mas no final das contas os farrapos já não tinham outra saída senão aceitas as condições de Caxias.
A pacificação foi assinada em 1º de Março de 1845 em Ponche Verde, e tinha como principais pontos:
  • O Império assumia as dívidas do governo da República;
  • Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da província - Caxias;
  • Os oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais;
  • Todos os processos da justiça republicana continuavam válidos;
  • Todos os ex-escravos que lutaram no exército rio-grandense seriam declarados livres (mas muitos deles foram reescravizados depois);
  • Todos os prisioneiros de guerra seriam devolvidos à província.
Além do mais, o charque importado foi sobretaxado em 25%.
Terminou assim a Guerra dos Farrapos, que apesar da vitória militar do Império do Brasil contra a República Rio-Grandense, significou a consolidação do Rio Grande como força política dentro do país.

Fonte: http://www.sohistoria.com.br

segunda-feira, 28 de abril de 2014

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