Tema dos Festejos Farroupilhas 2018
Tropeirismo - Contribuição para a formação da
Identidade sul-rio-grandense
Introdução
e justificativa
O Tropeirismo foi um ciclo
econômico, social e cultural, e um dos principais responsáveis pela formação da
identidade do povo gaúcho, desde os primórdios de sua ocupação europeia pelos
jesuítas na região missioneira (1626) e posteriormente por paulistas,
lagunistas e portugueses que se estabeleceram inicialmente nos Campos de
Viamão, formando as primeiras estâncias oficiais (1732), mediante doação de
sesmarias. Estas estâncias tinham principalmente duas finalidades: 1- garantir
pose territorial para Portugal e 2- dar suporte e invernadeiros as tropas que
vinha do Sul.
Fonte: http://mtg.org.br
Este movimento de ir e vir de
pessoas de diversas regiões sul-americanas, cada um com seus costumes, valores,
crenças, saberes, etc., agregaram ao homem residente no Rio Grande do Sul uma
bagagem cultural que influenciaria num perfil típico do Gaúcho atual.
A importância deste tema para
os Festejos Farroupilhas 2018 no Rio Grande do Sul, é recolocar a figura humana
do tropeiro, que por muito tempo ficou oculto em nossa história
tradicionalista, em seu devido lugar de destaque. O tropeiro, inicialmente
alóctone (vem de outro lugar) aos poucos vai se aquerenciando por aqui,
adquirindo terras e assim originando novas estâncias, contribuindo para
ocupação territorial definitiva do RS. Alguns formaram famílias, casando-se com
gaúchas e muitos de seus filhos seguiram as atividades de seus progenitores,
garantindo assim, viva as lidas tropeiras de seus antecedentes. Por outro lado,
serve de alerta para todos tradicionalistas, que a Tradição Gaúcha não se
limita apenas ao Decênio Farroupilha, existem muitos outros elementos
importantes que participaram da formação da identidade do povo
sul-rio-grandense.
Atividades preparatórias junto as RTs
As atividades solicitadas para
nós, serão desenvolvidas a nível de Região Tradicionalista. Existem duas
maneiras:
1- Palestra (Tropa, Tropeiros
e Tropeirismo – Contribuição para a formação da Identidade sul-rio-grandense) de
aproximadamente 2h em que será exposto o Tropeirismo de forma geral,
contemplando aspectos relacionado a conceituações fundamentais, formação das
tropas, caminhos, registros, indumentária, pousos, alimentação, tipos de
tropas, noções práticas das traias, etc.
Poderá ser realizada a noite,
conforme as necessidades de cada RT.
2- Em forma de seminário que
ocupará o dia todo, com uma programação mais ampliada, tal como foi realizado
na 4ª RT em Alegrete.
08h
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Recepção
e credenciamento
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09h
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Palestra
sobre Tropeirismo Geral
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10h30
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Intervalo
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10h45
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RT na
Rota Tropeira – Depoimentos de tropeiros, descendentes e/ou pessoas que
direta ou indiretamente tenham ligação com atividade tropeira
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12h
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Almoço
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13h30
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Práticas
Tropeiras
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14h45
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Birivas
e as Danças Tropeiras
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15h45
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Intervalo
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16h
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Discussão,
distribuição e planejamento do tema
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17h30
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Avaliação
do dia de trabalho (Seminário)
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18h
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Encerramento
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Para realizar o item das 10h45
é necessário a participação efetiva da RT, para trazer as pessoas que darão
seus depoimentos. Pode ser substituído por trabalho apresentado pela RT sobre
tropeirismo local.
Atividades propostas para RTs e Entidades
Tradicionalistas
As RTs ou Entidades poderão dividir o tema em vários itens e ainda em
subitens para melhor desenvolver as atividades, tais como:
1- Tropeirismo Missioneiro – O
tropeirismo em sua primeira fase, introdução do gado e formação das Estâncias
Missioneiras, que deram origem a Vacaria do Mar (primeiro ciclo das Missões) e
Vacaria dos Pinhais (segundo ciclo das Missões).
2- Ciclo do Muar – As mulas
como mercadoria principal, soltas ou arriadas. Origem do gado muar com relação
a exploração das minas de prata de Potosi. Foi o período de maior
desenvolvimento econômico, subsidiária inicialmente do Ciclo do Ouro e
posteriormente dos demais Ciclos: Algodão, Café, Cacau, Erva-mate, etc.
Oficialmente todas as tropas tinham destino a grande Feira de Sorocaba e depois
de seu fechamento, em Itapetininga.
3- Os 5 Grandes Caminhos –
Caminho da Praia (do Mar); Caminho de Souza Farias (dos Conventos); Caminho do
Viamão (do “Certão”, Real ou Viamão-Sorocaba); Caminho das Missões (Veredas das
Missões) e Caminho da Palmas. Por estas rotas os tropeiros percorreram todos os
Estados da Região Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste e Nordeste, além de
países vizinhos como o Uruguai e Argentina. Os pousos onde permaneciam alguns
dias se tornaram povoados, evoluindo mais tarde para grandes cidades. No meio destes
caminhos se estabeleciam também posto de cobrança de impostos (Registros,
pedágios).
4- Usos e Costumes do Tropeiro
– Todos a elementos materiais e imateriais do dia a dia do tropeiro. Isso pode
ser observado na culinário, na indumentária, nas encilhas, nas traias, nas
crenças, nas danças, na medicina campeira, no linguajar, no imaginário tropeiro
(lendas, mitos, etc.), etc.
5- Tipos de Tropas – Tropas
bovinas, muares, asininos, equinos, ovinos, suínos, gansos, perus, tropas de
carretas. Cada uma com suas características própria de condução. Neste item,
cada Região pode enfatizar a que era ou é ainda, a mais comum no local.
6- Ofícios Associados – Além
de exercer seu próprio ofício de tropeiro, muitas vezes assumia outras
atividades, como entregador de correspondências, objetos e muitas vezes era a
única comunicação entre localidades. Mas outros ofícios se estabeleceram ao longo
de sua caminhada, como por exemplo: seleiros, tecelões, ferreiros, ferrador, funileiros,
guasqueiros, jacazeiros (cesteiros), bruaqueiros, frentistas, cangalheiro,
taipeiros (de pedra), rancheiros, e outros regionais.
7- A Comitiva – A formação de
uma comitiva normalmente apresenta estes elementos humanos: Tropeiro
(inicialmente, nem sempre presente), condutor ou capataz, e os peões que também
apresenta funções diferenciadas como ponteiro, madrinheiro, fiadores
(costaneiros, flanqueiros), culatreiros, arribador, contador, cozinheiro e
arrieiro. O número de peões, vai depender do tipo de tropa e do número de
animais a serem tropeados.
8- Tropeirismo Regional –
Após o grande ciclo econômico nacional do muar, o tropeirismo continuou sua
atividade, agora mais regionalizado, envolvendo várias outras atividades de
transporte com muares, como por exemplo: tropas de carregamento de lenha,
pedras, areia, enxovais e diversos produtos agropecuários como pinhão, queijo,
charque, açúcar, sal, aguardente, vinho, café etc. Além disso, ocorria e ocorre
até hoje, movimentação de gado em pequenas e médias distâncias, principalmente
de bovino e ovinos.
Outras atividades também podem serem realizadas pelas RTs, dependendo de
sua demanda histórica. Além disso, cada um dos oito (8) itens apresentam várias
títulos que podem ser individualizadas também, ou seja, as possibilidades de
trabalho são bem extensivos.
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