quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Agosto Mês do Folclore!!!

Dia 
22 de agosto, comemoramos o dia do Folclore!! Durante o mês de agosto, vamos compartilhar um pouco dos saberes do povo???



 
Foi Willian John Thoms, um arqueólogo inglês, o criador do termo, da palavra Folk –lore, aportuguesada para folclore, que significa folk = povo e lore = saber, conhecimento. Em 22 de agosto de 1846, a revista The Atheneun, de Londres, publicou a carta de Willian, na qual era proposta a criação da palavra, para designar "os estudos dos usos, costumes, cerimônias, crenças, romances, refrões, superstições, etc. Portanto o dia 22 de agosto foi institucionalizado como dia do folclore, no mundo.

No Brasil, o Dia Nacional do Folclore foi decretado em 1965, pelo Presidente Humberto Castelo Branco, visando "assegurar a mais ampla proteção às manifestações da criação popular não só estimulando sua investigação e estudo, como ainda defendendo a sobrevivência dos seus folguedos e artes, como elo valioso da continuidade tradicional brasileira"

Folclore é a ciência que estuda a cultura espontânea do grupo social, que estuda todas as manifestações espontâneas do povo que tem escrita ( povo gráfico), tanto do ponto de vista material, quanto espiritual. Como o próprio nome sintetiza, é a ciência do povo, são as tradições, os costumes, as crenças populares, o conjunto de canções, as manifestações artísticas, enfim, tudo o que nasceu do povo e foi transmitido através das gerações.

Fato folclórico define – se como parcela do conhecimento humano que se transmite no tempo e no espaço, de geração a geração, de camada cultural a camada cultural, sem ensino formal (em escolas ou livros). Elemento dinâmico da cultura, modifica-se e transforma-se de região para região de acordo com o meio físico e social. São os modos de pensar, sentir e agir de um povo, preservados pela tradição popular pela imitação, sem influência de círculos eruditos. É o objeto de estudo do Folclore.

Desta forma, temos Folclore (substantivo próprio) e folclore (substantivo comum). Veja: Folclore, substantivo próprio, é a ciência que estuda o saber popular, que se vale do folclore = fato folclórico (substantivo comum) que é a manifestação cultural, popular, espontânea do povo gráfico, ou seja, do povo que conhece a escrita, ou seja, folclore é o fato folclórico, que é o objeto de estudo da ciência Folclore.
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO FATO FOLCLÓRICO

Para que um fato seja reconhecido e mantido como folclórico, é essencial que tenha as características de aceitação coletiva, funcionalidade, espontaneidade, intemporalidade e tradicionalidade.

Vejamos:

Aceitação coletiva - o povo deve incorporar o fato ao seu patrimônio, tomá – lo para si e mantê–lo;

Funcionalidade – ser útil, prático, Ter uma função; fatos há que, por perderem a função, deixam de ser folclóricos, passando a históricos;

Espontaneidade – surgir naturalmente, livre de condicionamentos, sem imposições;

Intemporalidade – independer do tempo, não se sabe quanto vai durar, podendo ser eterno, perene se assim o povo quiser;

Tradicionalidade – passar de geração a geração, refletir uma experiência de vida dos antepassados, mas estar presente, vivo.

Duas outras características, a oralidade e o anonimato, não são tão essenciais e, às vezes, não estão presentes dependendo do fato folclórico:

Oralidade – ser transmitido oralmente, de boca em boca, fazendo surgir as variantes ( exemplo de exceção: literatura de cordel);

Anonimato – não tem autor ou o povo já haver tomado a autoria para si, descaracterizando o autor (ex.: as músicas Cidade Maravilhosa, Negrinho do Pastoreio, que estão em processo de folclorização).

O dia a dia do gaúcho é repleto de fatos folclóricos, que vão sendo mantidos e transmitidos às novas gerações de forma espontânea e natural:

A linguagem e a literatura popular, incluindo acróstico, quadrinhas, poesia, trovas, causos, fábulas, mitos, lendas, adivinhações, anedotas, trava-línguas, pregões, ditos populares, provérbios, frases comparativas, pasquins, grafites, inscrições, " Pão-por- Deus ", cartas correntes, adágios, cadernos de questionários, de recordações, de recitas;

As crendices e superstições relacionadas ao mundo sobrenatural, demologia, bruxarias, profecias e sortes mágicas, cultos e devoções populares;

A lúdica adulta, abrangendo danças, corrida de cancha reta, jogo de osso, de bocha, do truco, cortejos, festas tradicionais (do Divino, de Navegantes, Juninas), folguedos;

A lúdica infantil, compreendendo rodas cantadas, parlendas, mnemônias, formuletos, brinquedos e brincadeiras;

As artes e técnicas como pintura, escultura, ex-votos, decoração, vestimenta e adornos pessoais, arquitetura, bonecos e brinquedos, cestaria, artesanato;

A música popular, distribuída em religiosa, de dança, acalanto, cantigas ( de beber, de roda, de festas e folguedos),canções ( intermináveis, encadeadas, mímicas), desafio, instrumentos musicais;

Os usos e costumes na agricultura, pecuária, astronomia, meteorologia, alimentação e culinária, caça e pesca, habitação, medicina caseira, benzeduras, cerimônias e rituais.
CRONOLOGIA DO FATO FOLCLÓRICO

Tendo como parâmetro, o fato folclórico pode ser classificado como nascente, vigente ou histórico. Nascente - é aquele fato que não tem ainda a característica de tradicionalidade; sua aceitação popular é inferior a 25 anos. Ex.: brincadeira de pular elástico, bambolê. Vigente – consiste em fato que continua resistindo ao tempo, com aceitação coletiva de mais de 25 anos; é dinâmico. Ex.: bombacha, chimarrão, churrasco, cinco marias, valsa, vaneira, rodas cantadas, provérbios, pandorga, bolinha de gude, etc.

Histórico – fato que já perdeu a função; não é mais vivido, mas sim cultuado, simbolizando o passado, é estático. Ex.: boleadeiras, chiripá, bota de garrão de potro, danças do Ciclo dos Fandangos.

 
PROJEÇÃO E REINTERPRETAÇÃO FOLCLÓRICA

Projeção folclórica consiste no aproveitamento dos fatos folclóricos vigentes, fora da época em que se realizam ou, ainda, fora de suas funções, para outras finalidades.

A projeção folclórica pode ter motivação política, estética, ética ou didática, ou seja, o fato folclórico tem motivação:

Política: o fato surge por interesse dos governos, que fomentam o intercâmbio cultural entre as regiões.

Estética: é comum nas artes populares como a demonstração de artesanato indígena em centros urbano.

Didática: o fato folclórico é projetado fora de seu tempo ou espaço para divulgação ou aprofundamento de estudos.

Exemplos de projeção folclórica: Fandangos em CTG de zona urbana; músicas e poesias, que utilizam temas folclóricos, bem como esculturas e pinturas; apresentação de Terno de Reis e Terno de Santos fora da data e do local onde costumam acontecer; coreografias criadas utilizando ritmos folclóricos.

Reinterpretação folclórica é a apresentação ou o aproveitamento o aproveitamento de fatos folclóricos históricos, que adquirem novo significado cultural. Através deste processo, antigas significações são atribuídas a elementos novos ou novos valores mudam a significação cultural de formas antigas.

Exemplos de reinterpretação folclórica: apresentação das danças do folclore histórico nos CTGs, as quais, em época passada, tiveram função lúdica e, hoje, têm função didática.
 
Fonte: http://www.mtg.org.br
 

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