A Semana Farroupilha é um momento
especial de culto às tradições gaúchas, transcendendo o próprio
Movimento Tradicionalista Gaúcho. Ela envolve praticamente toda a
população do Estado, se não fisicamente nos locais organizados
para festejos, participando das iniciativas do comércio, dos
serviços públicos, das instituições financeiras ou das
indústrias.
A Semana Farroupilha é regulada por
uma Lei Estadual e Regulamentada por um Decreto. Sua organização é
feita em duas estâncias, a estadual com a definição de diretrizes
gerais, escolha do tema básico e atividades que envolvem as
distâncias públicas estaduais, e no nível local onde, na prática
ocorrem os festejos as manifestações Culturais, artísticas e onde
se realizam as mostras e os desfiles destacando-se o realizado a
cavalo.
Em Porto Alegre, a Semana Farroupilha
tem seu núcleo concentrado no Parque Maurício Sirotski Sobrinho e
oferece uma intensa programação sócio, cívica e cultural, com
constituição de um grande Acampamento Farroupilha que tem uma
duração de quase 30 dias. Durante a Semana Farroupilha são
relembrados os feitos dos Gaúchos no Decênio Heróico (1835-1845),
através de palestras, espetáculos, lançamento de livros entre
outras atividades.
A Saga Farroupilha
As comemorações da Revolução
Farroupilha - o mais longo e um dos mais significativos movimentos de
revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas os mais diversos
segmentos sociais - relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império,
de 1835 a 1845. O Marco Inicial ocorreu no amanhecer de 20 de
setembro de 1835. Naquele dia, liderando homens armados, Gomes Jardim
e Onofre Pires entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.
A data e o fato ficaram registrados na
história dos sul-rio-grandenses como o início da Revolução
Farroupilha. Nesse movimento revolucionário, que teve duração de
cerca de dez anos e mostrava como pano de fundo os ideais liberais,
federalistas e republicanos, foi proclamada a República
Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua capital.
Acontecendo-se a Revolução
Farroupilha, desde o século XVII o Rio Grande do Sul já sediava as
disputas entre portugueses e espanhóis. Para as lideranças locais,
o término dessas disputas mereciam, do governo central, o incentivo
ao crescimento econômico do Sul, como ressarcimento às gerações
de famílias que lutaram e defenderam o país. Além de isso não
ocorrer, o governo central passou a cobrar pesadas taxas sobre os
produtos do RS. Charque, couros e erva-mate, por exemplo,passaram a
ter cobrança de altos impostos. O charque gaúcho passou a ter
elevadas, enquanto o governo dava incentivos para a importação do
Uruguai e Argentina.
Já o sal, insumo básico para a
preparação do charque, passou a ter taxa de importação
considerada abusiva, agravando o quadro. Esses fatores, somados,
geram a revolta da elite sul-riograndense, culminando em 20 de
setembro de 1835, com Porto Alegre sendo invadida pelos rebeldes
enquanto o presidente da província, Fernando Braga, fugia do Rio
Grande.
As comemorações do Movimento
Farroupilha, que até 1994 restringiam-se ao ponto facultativo nas
repartições públicas estaduais e ao feriado municipal em algumas
cidades do Interior, ganharam mais um incentivo a partir do ano 1995.
Definida pela Constituição Estadual com a data magna do Estado, o
dia 20 de setembro passou a ser feriado. O decreto estadual
36.180/95, amparado na lei federal 9.093/95, de autoria do deputado
federal Jarbas Lima (PPB/RS), especifica que "a data magna
fixada em lei pelos estados federados é feriado civil".
Leis e Decretos
Decreto Nº 33.224 (pdf)
Decreto Nº. 36.180 (pdf)
Decreto Nº 44.448 de 22/05/06
Acesse: http://www.semanafarroupilha.com.br/home